A bela paisagem que surgiu com a formação do lago para construção da usina hidrelétrica atrai visitantes de Goiás e do Distrito Federal
A construção da Usina Hidrelétrica de Corumbá IV provocou uma transformação radical na paisagem e na vida dos moradores da região leste de Goiás. Inaugurado há 15 anos, o lago artificial que se formou para a exploração do potencial hidrelétrico do rio Corumbá surpreende pelo porte colossal – são 173 km² de área e capacidade de 3,7 trilhões de litros de água – e também pelas mudanças econômicas e culturais que trouxe à população vizinha.
Os números do Corumbá IV são superlativos. A energia produzida na usina abastece cerca de 250 mil habitantes do Distrito Federal, o que corresponde a 15% da demanda energética do DF. A barragem de terra tem comprimento total de 1.290 metros e altura máxima de 76 metros. O vertedouro tem três comportas metálicas com capacidade para jorrar mais de 2 milhões de litros de água por segundo.
A grandiosidade da obra, no entanto, não reside apenas em suas dimensões. O surgimento do lago Corumbá IV e as belezas naturais do lugar despertaram a vocação turística da região, que desfruta de localização geográfica privilegiada, conseguindo atender visitantes de Brasília, Goiânia, Anápolis e outras cidades próximas. Em alguns casos, como o de Abadiânia, a economia local já se molda em torno do lago.
O potencial turístico do lago Corumbá IV também vem sendo estimulado por grupos de empreendedores do mercado imobiliário, que enxergaram no lugar a oportunidade perfeita para conferir opções de turismo e lazer, aliados à preservação ambiental. Para que as obras de condomínios residenciais, clubes e ecoparques sejam feitas sem prejuízo à preservação do meio ambiente, as prefeituras das cidades que compõem a região estão adequando os planos diretores às novas demandas, aliando desenvolvimento e sustentabilidade.
“Em termos de arrecadação, já superamos a crise do turismo religioso em Abadiânia. Concentramos os nossos esforços no entorno do lago e fomos surpreendidos com o retorno para o município. Abadiânia tem uma vocação turística muito grande e isso atrai a iniciativa privada. A prefeitura trabalha para oferecer a infraestrutura e estimular esses investimentos, que são extremamente importantes”, avalia o prefeito José Diniz.
Um destes investimentos é o Escarpas Eco Parque, idealizado pela Tropical Urbanismo e o Grupo Ferroeste, em uma área de mais de 1 milhão de metros quadrados. Aproximadamente 10 mil metros lineares são banhados pelo lago e por suas cascatas, corredeiras, piscinas naturais e a vasta riqueza do Cerrado brasileiro. Neste verdadeiro oásis natural, os empreendedores preparam espaços para experiências de ecoaventura, clube, marina com operador especializado e um condomínio ecológico fechado.
Superando as fake news
As fake news são a principal forma de propagação de boatos e lendas urbanas nos dias de hoje. A facilidade de compartilhar informações por meio da internet popularizou a prática de disseminar notícias falsas, muitas vezes elaboradas com o intuito criminoso de causar pânico e medo na população. Em Goiás, as populações ribeirinhas do lago Corumbá IV são frequentemente bombardeadas por notícias de teor alarmante e conteúdo nocivo, em geral relacionadas a um possível rompimento da barragem da Usina Hidrelétrica instalada na região.
No final de fevereiro, a população se assustou com informações sobre o rompimento iminente da barragem. As publicações afirmavam que as autoridades públicas estavam escondendo a verdade sobre as condições de conservação da obra, utilizando fotos antigas de vistorias do Corpo de Bombeiros e de obras de manutenção, tiradas de contexto, para conferir “autenticidade” às informações.
Durante este episódio, o prefeito de Abadiânia, José Diniz, ficou preocupado diante das notícias que estavam se espalhando rapidamente entre os ribeirinhos e chegou a se deslocar até Luziânia, município localizado a 123 km de distância, para se certificar de que tudo não passou de uma confusão provocada pelas fake news.
“Estive em Luziânia para acompanhar a situação e fiquei tranquilo após constatar que tudo não passou de mentira. As fake news são um desastre para nós, prefeitos, porque temos o trabalho de convencer a população sobre a verdade. Hoje em dia tudo o que colocam na internet vira automaticamente verdade. O pessoal não checa a veracidade das informações antes, e isso é muito ruim”, avalia o prefeito de Abadiânia.
Os transtornos causados pelas fake news também afetam o trabalho da Corumbá Concessões, gestora da Usina Hidrelétrica de Corumbá IV, que completa 15 anos em 2021. De acordo com a empresa, os boatos começaram após as intensas chuvas ocorridas no início do mês. Na ocasião, a gestora promoveu uma obra para reduzir a umidade do solo lateral da via de acesso ao lago. O trabalho, no entanto, fazia parte da rotina de manutenção e sequer tinha relação com a barragem.
“Repudiamos as fake news que circularam no município, distorcendo fatos rotineiros e provocando apreensão na população ribeirinha. A Corumbá Concessões, pautada pela transparência e respeito à comunidade, tranquiliza a todos e reafirma as perfeitas condições da barragem”, afirma a Corumbá Concessões em nota oficial.
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